AE7
Um roceiro mandou seu filhinho
A
Com apenas seis anos de idade
E7
Estudar e formar-se doutor
DE7A
Nos colégios das grandes cidades
E7
Vinte anos depois, regressava
AE ao ver onde o pai residia
E7
Confessou que sentia vergonha,
A
Mas o velho com diplomacia
A7D
Apanhou uma enxada que estava
E7A
Num canto encostada e pro filho dizia:
AE7
- Teu diploma anel de doutor
A
Que te deu foi o fio dessa enxada
E7
Se pra mim hoje aqui falta tudo
DE7A
Foi pra não te deixar faltar nada
E7
Esta enxada, do seio da terra
A
Trouxa a seiva pro teu alimento
E7
Os teus livros, teu carro e teu luxo
A
Foram ganhos com este instrumento
A7D
Neste mundo de mil invenções
E7A
Foi a enxada a primeira de todos os inventos.
AE7
Foi a enxada no ermo das matas
AA primeira a trazer claridade
E7E a plantar nos confins do sertão
DE7A
As raízes das grandes cidades
E7
Desbravou pantanais e desertos
A
Pra cobrir com tapetes de flores
E7
Pôs caminho, onde havia cerrados
AE o sertão fez ganhar novas cores
A7D
Estes calos que pôs em meus dedos
E7A
São como os mais belos anéis de doutores
AE7
Ao olhar para o rosto do filho
A
Viu que estava com os olhos molhados
E7E abraçando a velhinho chorando
DE7A
Desse apenas: Papai obrigado
E7E levou a enxada consigo
A
Pra guardar como nobre tesouro
E7
Pra depois em seus dias futuros
A
Este exemplo ser mais duradouro
A7D
Sobre a mesa do seu escritório
E7A
Mandou colocar uma enxada de ouro!
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